Brasil eleva imposto de importação de placas fotovoltaicas e ameaça mercado de energia solar

O aumento do imposto de importação para placas fotovoltaicas no Brasil, de 9,6% para 25%, encarece os equipamentos

Jan 16, 2025 - 23:48
Brasil eleva imposto de importação de placas fotovoltaicas e ameaça mercado de energia solar

A produção de energia solar pode ficar mais cara no Brasil, após a decisão do governo federal de elevar o imposto de importação para placas fotovoltaicas.

A medida, aprovada recentemente pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), aumenta o imposto de 9,6% para 25%.

Entre 2023 e 2024, o imposto de importação para placas fotovoltaicas evoluiu de forma preocupante no Brasil, apresentando desafios fiscais para manter os preços praticados pelo mercado.

Até o final de 2023, a alíquota era de apenas 6%, mas foi elevada para 9,6% no início de 2024. Com a nova mudança o tributo acumula mais de 316% de crescimento nos últimos dois anos.

No entanto, mercado brasileiro ainda é incipiente e não consegue atender toda a demanda nacional de equipamentos.

A produção no país corresponde a apenas 5% de todo o comércio dos equipamentos e, majoritariamente, é destinada à atividade de exportação.

O Brasil segue o caminho contrário ao de países que estimulam a produção de energia limpa e renovável, com o aumento do imposto para a importação de placas fotovoltaicas. A medida afeta o valor dos equipamentos comprados no exterior, refletindo diretamente nas famílias que estavam planejando obter um sistema sustentável para produção de energia solar. 

A elevação do imposto pode sobrecarregar de forma considerável o custo dos equipamentos para o consumidor, algo em torno de 13% no curto prazo.

A modificação no tributo resulta ainda em maior tempo de retorno para o valor investido no projeto de energia solar, o que desencoraja novos investimentos.

Além disso, o anúncio levou a uma corrida no mercado para a garantia de estoque de equipamentos antes da mudança no tributo, que entrará em vigor oficialmente em 1º de julho de 2025.

Em contrapartida, o governo federal definiu um sistema de cotas temporárias para isenção do imposto de importação para placas solares, com vigência até junho de 2025.

A busca pelo aumento da competitividade no mercado nacional de placas fotovoltaicas esbarra em um movimento que desestimula a prática de atividades sustentáveis para a obtenção de energia.

Com a decisão do governo federal, podemos ver um gargalo sendo criado no setor, o que pode atrasar a chegada de equipamentos para as instalações e até fechar empresas.

* Bruno Felipe é gerente de marketing da Ourolux, empresa que conta com o maior mix do segmento de iluminação 

Qual é a sua reação?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow