Como tributos drenam o lucro das empresas e o que fazer para recuperar o controle financeiro
A explicação, muitas vezes, está no coração da operação: a forma como os tributos são gerenciados, recolhidos ou piores desperdiçados.

Você sabia que, em média, as empresas brasileiras destinam cerca de 34% do seu faturamento bruto ao pagamento de tributos?
Em setores mais complexos, como o industrial, esse percentual pode ser ainda maior chegando a 40% ou mais.
Para muitos empresários, esse número parece invisível até o fim do mês, quando a conta não fecha. Vende-se mais, trabalha-se mais e lucra-se cada vez menos.
A explicação, muitas vezes, está no coração da operação: a forma como os tributos são gerenciados, recolhidos ou piores desperdiçados.
Quando o lucro vai embora em silêncio
A transferência de lucros causada pela má gestão tributária é silenciosa. Não exploda como uma crise trabalhista ou uma ação judicial urgente, mas corroi o desempenho mês a mês, gerando aquela chamo de “hemorragia financeira crônica”.
Os principais vilões?
- IRPJ e CSLL , que incidem diretamente sobre o lucro real ou presumido;
- PIS/COFINS , muitas vezes pagos com base em alíquotas incorretas ou com créditos ignorados;
- ICMS e ISS , muitas vezes recolhidos em excesso por simples falhas de classificação tributária.
Os erros mais comuns e caros
O primeiro erro é a falta de planejamento tributário estratégico. Muitas empresas adotam um regime (Simples, Lucro Presumido ou Lucro Real) sem analisar se ele realmente é o mais vantajoso, dado o lucro, a margem de lucro e o tipo de operação.
Outro erro recorrente é a não utilização de créditos tributários permitidos por lei, seja por desconhecimento, seja por medo de autuações.
E há também a ausência de revisões periódicas, que permitiriam corrigir distorções e até recuperar valores pagos a mais e muitas vezes, retroativamente.
O empresário sente isso na caixa. É comum vermos empresas que aumentam o volume de vendas, mas não conseguem expandir suas margens.
Pior: operar sem limite, enquanto concorrentes mais estruturados tributariamente conseguem reinvestir, contratar ou inovar com mais agilidade. Ou seja, tributar mal não significa apenas pagar mais. Significa crescer menos!
É possível virar o jogo com segurança e estratégia
Reestruturar a gestão tributária não é uma medida emergencial, é uma estratégia de sobrevivência. E, mais do que isso, de inteligência empresarial.
Algumas das soluções que aplicamos com sucesso em clientes de diferentes segmentos incluem:
- Diagnóstico tributário completo, identificando riscos e oportunidades;
- Reenquadramento fiscal adequado ao perfil da empresa;
- Revisão de NCMs e aplicação correta de benefícios fiscais;
- Aproveitamento de créditos e compensações dentro da legalidade;
- Treinamento de equipes internas e construção de rotinas de compliance.
Essas ações não apenas otimizam o resultado financeiro, como também cegam juridicamente a empresa diante de fiscalizações e autuações. Lucro exige estratégia e não apenas venda.
É impossível falar de gestão financeira sem olhar para os tributos. A diferença entre um negócio saudável e um negócio sobrecarregado muitas vezes não está na quantidade de clientes, mas na qualidade da gestão fiscal. Posso afirmar com certeza: uma empresa bem orientada paga menos tributos, reduz riscos e lucra mais. E tudo isso de forma absolutamente legal.
Se você sente que sua empresa fatura, mas não respira, talvez seja hora de rever como o fisco participa da sua margem de lucro. Porque o maior sócio oculto de muitos negócios é o sistema tributário e ele cobra caro pela ineficiência.
* Danniel Stehling Fernandes é advogado com mais de 20 anos de experiência nas áreas cível, tributária e imobiliária
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