Inflação oficial sobe 0,48% em setembro

IPCA acumula alta em 12 meses de 5,17%

Out 9, 2025 - 11:31
Inflação oficial sobe 0,48% em setembro
Energia elétrica alavancou a inflação em setembro (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Com influência da alta da conta de luz, a inflação oficial de setembro ficou em 0,48%, invertendo o comportamento de agosto, quando caiu 0,11%. 

Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 5,17%, acima da meta do governo, que vai a 4,5% no máximo.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado de setembro é o maior desde março (0,56%).

O grupo habitação exerceu a maior pressão nos preços, subindo 2,97% - representando impacto de 0,45 ponto percentual (p.p.) no IPCA do mês. 

Dentro do grupo, o subitem energia elétrica residencial, que havia variado -4,21% em agosto, subiu 10,31% em setembro, registrando o maior impacto individual (0,41 p.p.) na inflação.

Considerando apenas os meses de setembro, é a maior expansão da habitação desde 1995, quando subiu 4,51%.

A alta da conta de luz é explicada pela “devolução” do Bônus Itaipu, desconto na conta de agosto que beneficiou 80,8 milhões de consumidores. Em setembro, sem o bônus, a fatura fica mais alta na comparação com o mês anterior.

Além do fim do bônus, a conta de luz sofre influência da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.

A cobrança extra é determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para custear usinas termelétricas em tempos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas. O adicional é necessário, pois a energia gerada pelas termelétricas é mais cara que a hidrelétrica.

De acordo com o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, se o subitem energia elétrica fosse retirado do cálculo em setembro, a inflação do mês seria de 0,08%.

Para outubro, a Aneel determinou a volta da bandeira vermelha patamar 1 (adicional de R$ 4,46), o que tenderia a fazer cair a inflação da conta de luz.

Mas Gonçalves pondera que é preciso avaliar o impacto que pode ser causado por concessionárias que costumam reajustar tarifas em outubro, como as de São Paulo, Goiânia e Brasília. Em 12 meses, a conta de luz sobe 10,64%.

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